"Porque se tem direito ao grito, então eu grito."

sábado, 27 de junho de 2009

Agradecimento inesperado... até pra mim!

Admito, você não me deu só castigo.
Se não fosse por ti,
eu ainda mergulharia no mar acidentado e avançaria mais para o fundo,
sem ter a mínima noção do perigo em que me encontrava.
Se não fosse por ti,
fraca ainda seria,
beberia e abusaria das tentações,
mas particularmente, daquelas em que há ida e raramente há volta.
Nas mãos dar dor me encontraria, e tudo sem entender o porque eu tanto sofria.
Se não fosse por ti,
ainda me indagaria todas as noites se o que eu passava era merecido.
Já pensei em visitar um médico para que ele me dissesse o porquê a comida não tinha gosto,
a rosa não tinha cheiro,
porquê no som só ouvia ruídos...
Mas foi você que me tirou tudo isso,
eu havia fechado os olhos para nunca mais abri-los.

Mas abri.

E quando abri,
nunca degustei de um doce tão doce,
nunca cheirei flor mais cheirosa,
nunca ouvi melodia mais requintada...
Toda pedra avistada era uma esmeralda, talvez um rubi,
topázio, quem sabe até diamante...
Meu caminho estava livre, sem onde tropeçar ou me desviar.
Aah, se não fosse por ti, perdida eu ainda estaria.
Que pena seria perder toda essa maravilha!

Por isso agradeço.
Obrigada por ter entrado na minha vida e ter me destruído.
Mais ainda,
obrigada por não ter feito este papel direito.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Detalhes de açúcar.

Cheirinho de terra, chocolate amargo.
Violetas na janela, beijinhos apertados.
Café com canela e um trago no cigarro.
Cantar com um amigo, rir de um palhaço.
Vencer um desafio, aconchegar-me num abraço.
Amar minhas melhores companhias,
e ter certeza que estou sendo amada de volta.
Aah, eu tinha me esquecido o quanto essa vida é gostosa...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dispenso

Não preciso disso, dispenso. Essas noites finalmente estão sendo diferentes de todas as outras, simplesmente porque dispenso. Dispenso a dor, porque sofrer por ti não tem sentido. Dispenso o ciúme, porque dele só tirarei rancor. Dispenso sua opinião, porque nada mais é do que uma forma sua de me deixar triste. Dispensando me acho, dispensando eu vejo, dispensando esqueço. Eu vivo do dispenso.

Mesmo que esquecido tu não estejas, dispenso seu olhar, dispenso seu carinho, dispenso seu beijo. O dispenso me cura, o dispenso me trata. Trata das minhas feridas ainda abertas, que ainda escorrem o sangue, o sangue negro que você criou e em mim despejou, o sangue que durante tanto tempo me envenou. Por isso dispenso, dispenso esse seu veneno. Curada um dia estarei. Por isso digo o que nunca pensei que fosse lhe dizer:

Hoje, eu te dispenso.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Felicidade Montada

Eu nunca entendi. Se a flor é tão bela, por que murcha? Se o céu é tão aberto, por que se fecha? Se o amor é para sempre, por que se acaba? Por que? Seriam esses os castigos? O carma cotidiano pelo qual a humanidade pecadora deve passar? Por que um sorriso não pode ser sempre sincero? Por que o toque é tão escandalizado? Quero ver alguém ser feliz sem ser tocado, sem ser abraçado, sem ser beijado, sem ser amado. Felicidade está no choque da sua pele contra a minha, nos raios de sol em dias nublados, num abraço de saudade, no bocejo de uma criança, num beijo sofrido e apaixonado, nas melodias de uma música dedicada, no calor da luxuria entre cara-metades. Mas quando tudo isso acaba, lá se vai a felicidade junto... se esvaira, corre como areia entre os dedos. O final é irreversível? Porque toda delícia não se pode continuar? Diga-me que não farás o mesmo, que deixar-me não será capaz. Fique aqui, não se vá... me dê o gostinho bom da sua presença, lábios na pele, arrepios na espinha, borboletas no estômago. Faça-me feliz por este instante antes que tudo acabe, como a flor que murchou, como o céu que se fechou, como o amor que se acabou...

Passar. Passado. Passei.

Foram-se 3 anos de perda de tempo, de ilusões, de falsas esperanças. 3 anos achando que tudo iria mudar e um dia nossa felicidade iria reinar. 3 anos de angustia, gritos, soluços e choros para depois ouvir um pedido por perdão e aceitar, sem mais nada reclamar. Ouvir um perdão seu era um grito de alegria, uma vontade incontrolável de cair nos seus braços e dizer que estava tudo bem só para ver um sorriso que tanto fazia minha pele formigar, minha mente se desligar e o ambiente todo se colorir. Mas a cada erro, cada bruta palavra sua que era solta sem pensar, me rasgava como laminas afiadas, e dos ferimentos corriam mágoas profundas, gritos de ajuda, tortura, desespero... Por muito tempo parecia que eu havia perdido meu respeito próprio, deixando suas palavras me abaterem com tanta intensidade que eu nem mais sabia o que era o certo e o errado, o concreto e o irreal. Compreender, você nunca conseguia, achava apenas que eu estava exagerando, sensibilidade feminina. Dizia que o que eu sentia não fazia sentido e com todo o carinho e o respeito que sempre senti por ti, acreditava ilusoriamente em suas palavras, assumia a culpa e lhe dizia palavras de submissão. Mas 3 anos se passaram, e nesses 3 anos, sem perceber, banalizei minha própria vida, não enxergava o quanto a dor sentida fez eu perder momentos, alegrias e até a conhecer pessoas e seres novos que poderiam ser anjos que vieram a mim por motivos diversos, mas eu não os enxerguei, pois só tinha olhos para ti. Olhos cegos, vendados de paixão. Mas agora o cansaço bateu. Agora cada segundo será valido e gasto do melhor jeito, sem o rancor e o gosto amargo que sempre tanto demonstrei. Abandonar-te, jamais meu amor, a cada segundo que quiseres, aqui estarei, só não me peça minha submissão e a paixão que por ti eu sentia, deles você não precisa, possui-os de sobra, durante 3 anos foi tudo que eu o ofereci. Agora guarde-os com carinho, porque de mim, tu não terás mais.

3 anos não passam tão rápido assim...