"Porque se tem direito ao grito, então eu grito."

terça-feira, 24 de maio de 2011

Decifra-me, Caio

"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 9 de março de 2011

Gota D'água

"Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."

-Chico Buarque

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Pessoas não vão perdendo umas as outras, quando você para pra olhar, você simplesmente já perdeu."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fim.

Minhas palavras já não saem como antes. Podem até agradar alguns que as lêem, mas não a mim. Parece que estaquei num estado de escrita e não evolui, minhas palavras ficaram presas em meus olhares e não ousam sair da minha boca, ou para a folha de papel. Meus textos não me encantam mais, na verdade, me desapontam. Meus sentimentos se tornaram complexos demais para definições escritas. Talvez seja até possível transcreve-los, mas já não consigo faze-lo como antes...
Talvez tudo fosse mais simples, eu fosse mais boba... talvez eu nunca tenha nascido para isso de fato...
Mas foi bom, me fez muito bem. Foi minha terapia, onde soltava os demônios e também os amores. Adoraria continuar, se assim pudesse fazê-lo, sinto-me triste por não conseguir, por não agradar.

Sem mais devaneios, declaro fim (ou então uma longa pausa) ao Beija-flor no Ar.
Obrigada a todos que um dia já me leram, e me desculpem pelos últimos textos sem conteúdo e qualidade.

Mas quem sabe, um dia eu volte...