"Porque se tem direito ao grito, então eu grito."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Variável

Minha única certeza é que não existe nada mais certo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desperta-me

Uma leve sacudida dos meus cabelos já te chama a atenção.
O perfume invade teu olfato como feromônio, erguendo teus olhos em direção a minha nuca nua que implora pelo toque de seus lábios.
Os cachos deslizam sem querer do ombro ao meio das costas, provocando um arrepio: era tudo o que você precisava.
Então eu sinto. Tua respiração exala desejo e tua boca molha-me o pescoço. Delicadamente, tuas mãos alcançam meus seios num êxtase sutil, me levando a um louco estado febril de pura vontade.
Delírio, não seguro. Em cada mordida sinto como se estivesse levando um pedaço seu para mim. Pedaço de alma, alma bruta, calor, luxúria.
Te puxo, aperto, te querendo dentro, cada vez mais perto.
Você gosta, você quer devorar meu corpo, sentir meu gosto, ir aonde ninguém jamais foi antes.
Afogados em puro pecado abençoado, a gente queima, a gente arde.
Dois corpos em fogo formando uma só chama. Aprisionados para sempre nas lembranças daquela noite em que uma música foi composta por gemidos abafados, lençóis sendo rasgados e os rangidos de uma cama.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Vácuo latente

Não quero olhar-te nos olhos,
nem sentir teu toque arrepiar-me a pele.
Não quero me afogar em teu abraço,
presa em vosso falso laço de paixão ininterrupta,
que me sufoca e que me usa, que me arranca a importância,
que de forma intensa me cansa.
Não quero ouvir-te a voz,
nem me lembrar das vezes em que ficamos a sós...

Não quero mais ter que gritar-te o nome.