"Porque se tem direito ao grito, então eu grito."

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Porque se tem direito ao grito.

Acabei de escrever esse texto. Não é poético, nem bonito, talvez nem mereça ser lido. É apenas um desabafo cru, que não tem ordem, nem busca sentido. São palavras vomitadas, talvez de forma violenta. Aí vai:

Nunca fui do tipo certinha. Certinha no sentido de que nunca me encaixei e nunca aceitei os padrões que outros tentaram impor a mim. Não nego minhas vontades, minhas opiniões, não me faço de casta e pura porque nem um outro ser é, e fingir é algo que sempre me negarei a fazer. Nunca fui o que os outros imaginavam e queriam que eu fosse. Mesmo sem me dizer, sei que isso sempre incomodou minha mãe. Afinal, que felicidade seria ter uma filhinha que não pensa muito e que conseqüentemente, não traria tantos problemas à mente ocupada da mãe que nunca quis saber as idéias e frustrações que se passavam naquela cabecinha confusa e sem modelos que se desesperava cada vez mais ao longo dos anos. Desespero mental, foi isso que passei durante muito tempo. Sufocada numa realidade que não me fora dado a fala, que nunca me fora dado a liberdade de me expressar, tive que achar por mim mesma, cria-la por mim mesma, para que não acabasse sufocada na frustração de ser obrigada a ser o que não nunca nasci para ser. Nunca aceitei o que me era imposto de forma ferrenha por ser amante inegável da justiça e da liberdade de expressão. Olho em volta e aprendo com os erros de outros e prometo a mim mesma nunca agir da mesma maneira. Nunca gostei de ser presa a um grupo, pois gosto de me envolver com o todo. Pobre de espírito aquele que fecha os olhos para outras idéias de mundo, que trata o outro de forma hierárquica e pré-define algo que não conhece e que nunca teve contato. Irracional e estupidamente medíocre, é aquele que não ouve, não pensa, não discute, nem quer saber de razoes, nem fala, mas grita, julga, ordena e causa sofrimento que poderia ser evitado se agisse com simples coerência, humildade e acima de tudo inteligência. Sim, quem se limita e se acha no direito de limitar o outro é BURRO, ESTUPIDO, ALIENADO E MERECEDOR DE VERGONHA ALHEIA!

E mesmo que isso incomode outros ao meu redor eu falo: eu amo, eu gozo, eu sinto, eu penso, eu discordo, eu grito.

E continuarei gritando se continuarem negar a ouvir o que míseros sussurros poderiam dizer.