"Porque se tem direito ao grito, então eu grito."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Flor

O que fizestes comigo? Não reconheço mais minha face no reflexo do espelho.
Como? Por quê?
Tomastes de meu corpo todo o calor.
Atastes meus punhos e meus tornozelos para que eu não encostasse em nenhum outro do modo como encostei em ti.
Isso é cruel!
Parece que me fora drenado todo o carinho que me restava e não tenho mais para oferecer a quem merece, a quem eu quero oferecer, a quem eu não quero perder, mas sinto que já o perco a cada segundo que se passa...
Sulgastes de mim toda minha energia, meu perfume, me deixaste acompanhada somente pelas lamúrias da minha sina.
Não quero mais ter que continuar repetindo o mesmo pranto.
Estou com medo, estou murchando.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Corpo a corpo

Um beijo, um desejo...
É intenso, é forte, é enloquecedor.
Dois corpos comprimidos num tênue contato de calor...
Fogo, vontade, fome... muita fome de possuir o outro por inteiro.
Suspiros altos, vidros embaçados, olhares profundos e enloquentes,
muito melhor que qualquer tipo de entorpecente.
Perfeito encaixe, perfeita sintonia.
Alguns chamam de sexo, eu chamo de paixão em carne viva.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Oco

Eu acordo e o sinto.
Respiro e o sinto.
Durante o sono eu o sinto.
Nos momentos felizes eu o sinto.
Nas horas tristes eu o sinto com maior intensidade.
Que agonia, que coisa indevida essa que reside em mim.
Implorando todos os dias para seres preenchido, ele grita, ele chuta, ele me ataca por dentro.
Acendo um cigarro na esperança de acalmá-lo.
Um mal tentando apagar outro mal, mas que delícia é nao senti-lo nem que seja por alguns segundos.
A fumaça consegue preencher o vazio por alguns momentos, me poupando seu eterno sofrimento.
Que ilusão, nada irá mudar quando o efeito passar.
Ele continuará lá, me castigando, me pressionando, exigindo seu preenchimento por inteiro.
Eis a carência, eterna ausência.
A falta que o meu coração me faz.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Choramingo

É frustrante,
abrir os olhos e não enxergar,
encostar mas não sentir,
ouvir mas não escutar,
querer algo sem nem saber o que.

É frustrante,
falar e não ser ouvida
ser lembrada mas ser logo esquecida,
não ser quem você queria,
ser dispensável por alguém que é indispensável.

O pior é perceber que o que eu pensei que fosse verdadeiro não era.
É ver que mesmo com todo o sentimento que um dia senti
você, do mesmo jeito, nunca me quis.